Publicado em: seg, 14/03/2022 - 16:02
Hoje, dia 14 de março, completam 4 anos dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes e as autoridades responsáveis pela investigação ainda não solucionaram o caso. A dupla foi morta a tiros dentro do carro na cidade do Rio de Janeiro em 2018, e até hoje a família das vítimas se questionam quem e porquê mandaram executar esse crime.
RELEMBRANDO O CASO
A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30. O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. A assessora de Marielle também estava no carro e foi atingida por estilhaços, mas sobreviveu.
Na época, as investigações iniciais concluíram que bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. Como o veículo tem filme escuro nos vidros, a polícia trabalhou com a hipótese de os criminosos terem acompanhado o grupo por algum tempo, pois sabiam a posição exata das pessoas. Marielle foi atingida com pelo menos quatro tiros na cabeça e os criminosos fugiram sem levar nada.
O QUE SE SABE ATÉ AGORA
Até o momento, a força-tarefa responsável pela investigação do crime afirma ter encontrado os executores e descoberto a dinâmica que ocorreu na noite do assassinato. O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz como os assassinos de Marielle e de Anderson. Atualmente, os ex-PMs, estão presos em penitenciárias federais fora do RJ, e vão a júri popular, ainda não marcado.
O maior ponto de interrogação desse caso é quem mandou matar Marielle Franco. As investigações seguiram diferentes linhas, mas até o momento nenhuma foi adiante. Em consequência, não se sabe também a motivação do crime pois o Ministério Público afirma que essa resposta depende da identificação do mandante.
As autoridades investigativas afirmam que se trata de um crime muito bem preparado e articulado e que os executores agiram com muito profissionalismo. Nem mesmo a arma do crime foi encontrada. Isso torna difícil a resolução do caso, mas a equipe ainda se mostra otimista e acredita que irá conseguir elucidar.
CASO MARIELLE X DEMOCRACIA
Marielle era mulher, negra, nascida na favela e foi a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro, nas eleições de 2016. Marielle lutava por diversas causas sociais, dentre elas a luta contra a violência policial e estatal contra negros e LGBTs; lutava também em prol dos direitos humanos e pelos direitos das mulheres. Era uma mulher que representava muita gente e a sua representatividade, sem dúvidas, pode ser uma das causas de seu assassinato.
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Caso essa possibilidade seja comprovada, será mais uma afronta aos princípios democráticos do nosso país. A democracia deveria ser o governo em que o povo exerce a sua soberania, em que todas as pessoas, independentemente de sua classe social, cor, orientação sexual, pudessem viver livremente em sociedade e escolher os seus representantes sem qualquer interferência. Esperamos que o caso de Marielle seja resolvida, que as famílias das vítimas tenham respostas e que a justiça seja feita.
Para concluirmos, veja uma parte do depoimento de Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, postado hoje no site “Ecoa – UOL”
"Nesta segunda, completam quatro anos da perda brutal de Marielle e Anderson, mais um dia 14 de março, no qual, ainda que sofrendo com a saudade arrebatadora da minha irmã, continuamos de pé lutando por justiça. E não é de hoje! Desde 14/3/2018, quando Mari e Anderson foram brutalmente retirados de nós, temos recorrentemente lutado por justiça, pela memória e legado de Marielle e Anderson e, nos últimos tempos, pedido acesso à integralidade das investigações. (...)
Marielle é semente que continua germinando pelo Brasil a fora, inspirando diversas mulheres negras a ocupar espaços de poder que nos foram historicamente negados. Estamos lutando por Marielle e Anderson e, consequentemente, contra a omissão estatal na responsabilização do assassinato de diversos defensores de direitos humanos, cujos mandantes dos crimes não foram responsabilizados pelo Estado. A resolução do caso de Mari e Anderson é importante para o futuro da democracia do país!
Assim, continuaremos de pé, honrando a memória de Marielle e lutando por justiça! Para que as mulheres negras não sejam nunca mais interrompidas em suas trajetórias políticas!"
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REFERÊNCIAS
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/vereadora-do-psol-mariell...
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/03/14/caso-marielle-...
https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/anielle-franco/2022/03/14/quem-mando...