Se você leu, ouviu ou assistiu a reportagens nos últimos dias de janeiro de 2021, ficou sabendo sobre o que a imprensa classificou como o maior vazamento de dados que se tem notícia no Brasil. Ainda não há elementos que apontem – de forma definitiva - para uma determinada fonte desse vazamento, tendo em vista que as investigações ainda estão em estágio inicial.

Embora o título deste artigo faça referência à sua senha, atente para o fato de que não foi somente uma de suas inúmeras senhas que vazaram. Foram muitos outros dados, conforme vamos explicar mais adiante.

Independentemente de identificarem ou não a fonte de onde vazaram os dados, de uma coisa você pode ter certeza: seus dados foram vazados. Mas, como assim? Como é possível alguém afirmar, assim de pronto, que os seus dados foram vazados? É simples: a quantidade de dados de pessoas que vazaram é superior à população brasileira. Isso porque até mesmo dados de pessoas já falecidas estão entre as informações que devem estar sendo negociadas neste exato momento.

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Essa é outra coisa que você não deve ter dúvidas: Sim, os seus dados cadastrais devem estar – neste exato momento – sendo objeto de venda por crackers na dark web ou deep web, como preferem alguns. Não importa o nome ou o local onde devem estar sendo vendidos os seus dados. O que importa é: Você pode ter certeza de que seus dados estão nas mãos de cibercriminosos, que os adquiriram em forma de pacotes, a fim de realizar as mais variadas fraudes, preferencialmente na modalidade eletrônica.

Bom, agora que você já sabe que além de suas senhas, outros dados seus foram vazados, vou listar a seguir os dados mais comuns que estão por aí, literalmente navegando na web: E-mail; telefone; endereço; ocupação; score de crédito; RG; título de eleitor; escolaridade; receita federal – IRPF; PIS; estado civil; emprego; poder aquisitivo (salários/renda); dentre outros.

E agora? O que fazer? Vamos listar agora sete das mais importantes medidas que você deve tomar para se prevenir e não cair em golpes que estão sendo preparados neste momento para a prática dos mais variados crimes, que podem consistir desde fraudes bancárias até sequestros:

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1. Reserve um tempo para substituir todas as senhas de e-mails particulares e corporativos. Opte – sempre que possível – por senhas fortes, que contenham letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais, como por exemplo: “V14g3m+t0p!”. Avalie também a possibilidade de começar a acessar a sua conta de e-mail com certificação digital;
2. Cuidado quando receber e-mails e mensagens de colegas com pedidos urgentes e estranhos, principalmente para depositar dinheiro em uma conta para resolver uma emergência. Se isso acontecer, trate de fazer contato telefônico com a pessoa, se possível via chamada de vídeo, para evitar prejuízos;
3. Jamais repasse códigos de acesso e/ou senhas para terceiros. Essa é uma tática usada para sequestrar aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, por exemplo;
4. Peça ao seu banco para ativar o serviço de disparo de SMS sempre que uma compra ou saque for realizada em seus cartões;
5. Instale a confirmação de duas etapas em seu smartphone, para os aplicativos de mensagens como o WhatsApp, por exemplo;
6. Sempre que receber um e-mail ou SMS pedindo para “atualizar o módulo de segurança” ou algo parecido, NÃO CLIQUE NO LINK! Em vez disso, entre em contato com o SAC da instituição e pergunte se há realmente uma demanda nesse sentido; e
7. Ao acessar os sites de bancos que operam com internet banking e/ou lojas que operam com e-commerce, observe se o endereço do site começa com o “https” ou com uma figurinha de um “cadeado”. Essa é a confirmação de que o site é de quem realmente diz ser. Ao clicar no cadeado, você verá uma mensagem de que a conexão é segura.

Há ainda uma infinidade de possibilidades de fraudes que você deve atentar. Há também muitos ataques com softwares chamados ‘Ransomwares’, usados para ‘sequestrar’ computadores ou até mesmo servidores de dados, com o objetivo de cobrar uma espécie de ‘resgate’ para permitir novamente acessar os dados do sistema. Por isso é cada vez mais importante o uso de servidores de backup com redundância.

Daqui pra frente, essas notícias (infelizmente) serão cada vez mais comuns. Fará – cada vez mais – parte de nossa rotina a adoção de medidas protetivas, com o objetivo de nos salvaguardar desse tipo de ocorrência.

E o que você faz para lembrar tanta senha? Especialmente as que foram recentemente trocadas? Bom, eu uso um App em meu smartphone que tem uma senha para acessar todas as outras senhas que tenho. E sempre que atualizo uma senha, atualizo também no aplicativo para que seja possível lembrar no futuro.

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Prof. Juracy Soares - e-mail: juracy.soares@unieducar.org.br
Fundador da Unieducar Universidade Corporativa. Doutor em Direito; Mestre em Controladoria; Especialista em Auditoria; Graduado em Direito e Contábeis. Certificado em Docência do Ensino Superior; Pesquisador em e-Learning. Editor-Chefe da Revista Científica Semana Acadêmica. Professor universitário e palestrante internacional. Escritor, autor do livro Enriqueça Dormindo.