Trocou a Carteira de Trabalho pela Carteira de Clientes. Veja o que aconteceu...

Juracy Braga Soares Junior
Publicado em: seg, 18/01/2021 - 11:00

Essa história é uma das muitas das quais eu pude contribuir junto aos meus alunos. Sempre antes do início das aulas ao vivo eu aproveito para conversar um pouco com a turma sobre assuntos relacionados à gestão de suas carreiras. Pergunto o que cada um está fazendo; como estão se saindo; quais as aspirações; e como está o cumprimento das etapas do seu planejamento profissional.

O foco dessas conversas invariavelmente é a otimização do investimento realizado em qualificação profissional. Sim, uma vez que de nada adianta você investir em programas de graduação, pós-graduação e formação profissional continuada, se não tem um planejamento que oriente seus esforços na direção do que você mesmo projeta para si.

Eu sempre faço a advertência de que não é a quantidade de horas trabalhadas que fará a diferença e sim a aplicação de energia voltada às ações (profissionais, de networking e de qualificação profissional) que têm aderência ao que você projetou como ponto de chegada. Se você não tem definido esse ponto de chegada, então a maior parte de seus esforços dará em nada. A dica aqui é: pare e defina o ponto para onde deseja ir. Se você tiver dificuldades com isso, é sempre possível recorrer a uma pessoa mais experiente, que você pode eleger como mentor(a).

CURSO CRIANDO UM NOVO NEGÓCIO – IDEIAS, OPORTUNIDADES E ANÁLISE DE MERCADO

Voltando à história... Como eu invariavelmente explicava que os alunos deveriam buscar posicionamento profissional em atividades mais nobres dentro da carreira, muitos me relatavam dificuldades, geralmente impostas pela chefia imediata. É aquela coisa: se o “técnico” tem um jogador naquela posição que está “resolvendo o jogo”; para ele (técnico), não faz sentido mover aquela peça para uma outra posição, tendo em vista que há o risco de desfalcar a posição na qual ele resolve.

Esse tipo de relato era muito comum, principalmente dentre os alunos já colocados, e que eram muito competentes no setor que estavam lotados. Mas eu sempre insistia para que, caso esse setor não fosse aquele em que as atividades mais nobres eram realizadas, essa migração deveria ser o objetivo, inicialmente dentro da empresa, e tratado de forma aberta, transparente com a chefia imediata. E esse aluno especificamente, já havia tentado negociar por duas vezes a migração (dentro da empresa) do setor de pessoal para o setor de Auditoria Contábil. E sua chefia já havia dado como resposta – nas duas tratativas – dois aumentos de salário.

CURSO AUDITORIA CONTÁBIL INDEPENDENTE – DO PLANEJAMENTO AO PARECER 

Ouvindo minhas frequentes dicas, esse aluno me procurou um dia, antes do início da aula, juntamente com uma colega de classe. Os dois estavam no mesmo dilema. Tentavam migrar para os setores em suas empresas, onde as atividades eram mais nobres. Como eu já havia aconselhado que realizassem cursos de capacitação na área de Auditoria Contábil, vinham com essa possibilidade no radar. Nesse dia, me falaram que um curso de formação complementar em Auditoria Contábil estava para ser ministrado na cidade. O dilema: ambos haviam se programado financeiramente para trocar seus carros por modelos mais novos e estavam achando o investimento no curso alto demais.

Expliquei que era melhor até que vendessem os respectivos carros e aplicassem no programa de capacitação, tendo em vista que o carro é, na verdade um item que consome recursos, enquanto o curso se converteria em um ativo gerador de renda no futuro. Na aula da semana seguinte conversei com ambos. Enquanto o rapaz havia decidido adiar a compra de um outro carro, a moça tomou como decisão a troca do carro usado por um zero quilômetro. Eu parabenizei o que tomou a decisão pensando em investir em sua carreira.

CURSO CONTROLADORIA EMPRESARIAL

Apenas sete anos depois eu estava participando de um seminário quando encontrei com esse meu ex-aluno. Ele veio me agradecer pelas dicas e conversas que havíamos tido na faculdade. Ele me reportou que, após concluir o curso objeto de nosso debate, já graduado, havia ocupado uma vaga em uma grande empresa de Auditoria Independente. Após ter atuado por cerca de cinco anos, decidiu abrir a sua empresa de prestação de serviços contábeis, tendo a Auditoria Contábil como um de seus serviços que prestava à sua carteira de clientes.

E foi assim que esse meu ex-aluno transformou a sua carteira de trabalho em uma bela carteira de clientes. E, tendo em vista que se especializou em uma atividade em que poucos se aventuram (pois preferem ficar na zona de conforto), acaba recebendo muitas indicações de colegas que – mesmo tendo montado suas próprias empresas de prestação de serviços contábeis, não atuam em Auditoria Contábil, por absoluta falta de decisão em qualificação profissional continuada. Eles têm a habilitação legal, mas não decidiram obter as qualificações técnicas.

Eu não sou “gênio” ou “guru”. Mas não seria preciso um adivinho para prever o que aconteceria a partir daquele ponto em que as carreiras daqueles dois alunos se distanciariam. Enquanto a que decidiu “investir” em um carro novo continua com a carreira estagnada, pagando as prestações de algo que só lhe consome recursos, o seu colega é um empresário bem sucedido, com uma remuneração mensal que ultrapassa cinquenta vezes o que ganhava enquanto era empregado.

Se você tem interesse em realizar uma transição em sua vida profissional, eu recomendo a leitura dos artigos: 8 Dicas para migrar de carreiraDicas para potencializar sua imagem profissional e melhorar sua carreira

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Prof. Juracy Soares - e-mail: juracy.soares@unieducar.org.br
Fundador da Unieducar Universidade Corporativa. Doutor em Direito; Mestre em Controladoria; Especialista em Auditoria; Graduado em Direito e Contábeis. Certificado em Docência do Ensino Superior; Pesquisador em e-Learning. Editor-Chefe da Revista Científica Semana Acadêmica. Professor universitário e palestrante internacional. Escritor, autor do livro Enriqueça Dormindo.

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