Publicado em: seg, 05/10/2020 - 18:08
Violência policial, uso da Força e Segurança Pública
Os episódios de violência policial que culminaram com a morte do cidadão afro-americano George Floyd no dia 25 de maio de 2020, vítima de estrangulamento por um policial de Minneapolis, no estado norte americano de Minnesota, foram o estopim para inúmeras manifestações que eclodiram nos Estados Unidos e outras partes do mundo. Em seguida, outros casos similares foram registrados, que realimentaram novos protestos por reformas nos EUA.
Os desdobramentos seguem ocorrendo e certamente provocarão algumas mudanças estruturais naquele país e ao redor do mundo. Uma dessas reações foi tomada pela NBA (National Basketball Association), a liga nacional de basquete profissional dos Estados Unidos, que, pressionada por diversos de seus jogadores, iniciou uma campanha institucional voltada à conscientização sobre o tema.
Disney + NBA
A última parte do campeonato nacional de basquete foi possível graças à iniciativa da liga que – em parceria firmada com a Walt Disney criaram o que eles chamaram de “bolha” para atletas e equipes de apoio, o que acabou viabilizando o desenvolvimento das últimas partidas, entre quartas de final e finais, sendo que essa última fase
A NBA e a eleição presidencial nos Estados Unidos
Como sabemos, o voto nos EUA é facultativo e em todas as eleições, milhares de eleitores simplesmente não se interessam em ir às urnas para exercer seu direito. O sistema eleitoral por lá permite que o eleitor envie seu voto pelos correios e neste pleito a possibilidade foi flexibilizada tendo em vista a crise do coronavirus.
Desde o último dia 30 de julho as partidas foram retomadas e os jogadores, comissões técnicas e até os árbitros se uniram em manifestações de apoio à campanha “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam). O ídolo do time Los Angeles Lakers, finalista da NBA 2020, LeBron James protagoniza uma campanha para recrutar mesários para as estações de votação. Além disso, o movimento intitulado “Mais que um Voto” (More Than A Vote) visa reverter a supressão eleitoral que leva em conta o critério racista.
E, para além de uma série de ações que contemplam frases em camisetas, os atletas se engajaram em uma forte campanha para estimular os eleitores a exercerem seu direito ao voto presidencial. As campanhas procuram estimular cidadãos norte-americanos a se voluntariarem para atuação como mesários, tendo em vista que há previsão de carência desses profissionais em função da pandemia.
Estádios e Arenas devem virar locais de votação
Numa sacada genial, atletas da NBA trabalham ainda pela conversão de estádios e arenas esportivas em locais de voto, visando disponibilizar ainda mais opções para que o eleitor possa exercer seu direito no pleito que se aproxima.
Black Lives Matter lá. E aqui no Brasil?
No Brasil o cenário de violência policial não é muito diferente. Diferente sim é a reação que assistimos aqui, que – comparativamente – se aproxima de Zero! Ou seja, violência urbana, poder e Direitos Humanos no Brasil são temas ainda pouco debatidos.
Ou seja, ao visualizarmos toda essa movimentação em um país como os EUA, onde a população de origem africana é bem inferior à nossa, não há como não traçarmos um paralelo com o Brasil, onde – proporcionalmente – temos muito mais habitantes discriminados em função da cor de sua pele.
Racismo Estrutural e Institucional no Brasil. O que é isso?
A questão do Racismo pode parecer algo distante de sua realidade. Na verdade, os pesquisadores e pensadores que abordam a questão do Racismo são unânimes em afirmar que quase a totalidade das pessoas que se declaram “não-racistas”, o são de fato.
O Filósofo Silvio Almeida trata o tema do Racismo Estrutural com excelência. Em um vídeo no qual ensina sobre o tema, ele começa alertando que ao pensarmos em “racismo”, certamente a imagem de algo violento nos vêm à mente, quando – necessariamente – não é sempre por meio de atos violentos que o racismo se manifesta.
Ou seja, será que o racismo contra uma pessoa negra, um índio ou um cigano e até contra um judeu, ocorre sempre de modo violento? Nem sempre! Ele explica que não. E é sobre isso que vamos conversar agora.
O Racismo Estrutural é praticado mediante um conjunto das mais variadas ações, omissões e discriminações – mesmo as não violentas – que alijam determinado grupo de seres humanos de processos, como seleções para cargos profissionais, em pagamentos de salários inferiores, na atribuição de tarefas menos nobres, na preterição desse grupo de pessoas para – por exemplo – participarem de seleções para promoções a posições de chefia.
O filósofo explica ainda o racismo estrutural expõe é que o racismo é algo “normal”, no sentido que o racismo constitui as relações no seu padrão de “normalidade”. Segundo Silvio Almeida, o racismo é uma forma de “racionalidade”.
Almeida aponta, por exemplo, que a carga tributária no Brasil atinge especialmente as mulheres negras de forma mais incisiva, tendo em vista que a estrutura do sistema tributário brasileiro – funcionando na sua normalidade – reproduz as condições de desigualdade que colocam a mulher negra nas últimas posições da pirâmide social.
Acrescenta afirmando que o Racismo no Brasil vai “estruturando” as relações entre as pessoas, explicando que não há “mesmo entre as pessoas que não aceitam esse tipo de violência, qualquer tipo de ação política efetiva para se voltar contra isso.” “A sociedade naturaliza a violência contra pessoas negras”.
As oportunidades para discutirmos e estudarmos mais sobre esse tema devem ser aproveitadas. Para que nos qualifiquemos para o debate, é importante que tenhamos informações e visões diversas, visando formarmos opinião com bases sólidas.
Esperamos que esse conteúdo seja útil e que você aproveite as oportunidades que a Unieducar disponibiliza em forma de cursos, palestras e seminários online.
Time de Tutoria e Gestão de Conteúdo Unieducar
FONTES CONSULTADAS:
https://www.cnnbrasil.com.br/esporte/2020/08/26/lebron-james-lanca-campa...
https://www.terra.com.br/esportes/basquete/entenda-por-que-a-nba-esta-pl...
https://www.youtube.com/watch?v=PD4Ew5DIGrU