Publicado em: ter, 15/09/2020 - 21:09
“A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Peter Drucker
Até este ponto o leitor deve estar se perguntando acerca da pertinência do título “Enriqueça Dormindo” com os assuntos que venho tratando aqui. Ocorre que como os temas e dicas que tenho para tratar podem ser – em sua maioria, creio – um tanto quanto radicais, talvez gerassem quase nenhuma empatia se eu antes não tivesse me apresentado.
Isso mesmo. Penso que se eu tivesse deixado de lado um pouco de minha ‘história de vida’, talvez os conceitos e ideias que trago aqui neste livro soassem um tanto quanto fantasiosos ou pouco factíveis.
Por isso mesmo tomei a decisão de, numa primeira parte do livro, abordar – de forma bastante resumida – fragmentos de minha história. Penso que assim o leitor deverá – em certos momentos – se identificar com algumas passagens que provavelmente são (foram) semelhantes em sua trajetória.
Assim, fica a advertência de que não é uma autobiografia, embora apresente, como disse acima, fragmentos de fatos que vivenciei desde menino. É o que podemos chamar de escrito temático baseado em autobiografia.
Mesmo assim, em cada um dos capítulos vou explicando como algumas das características vinculadas ao empreendedorismo e cultura organizacional passaram a fazer parte de minha formação, no campo pessoal e profissional. Ao longo de todos os capítulos, principalmente na primeira parte do livro, vou explicando como cada acontecimento em minha vida acabou contribuindo para a construção de minha personalidade. Essas ocorrências acabaram moldando meu comportamento como pessoa e interferindo definitivamente em minha visão – como profissional e empreendedor.
Feitas essas explicações, vamos retomar do ponto que paramos no capítulo anterior. Estava contando sobre o fato de ter sido aprovado no vestibular e sentir-me pronto para poder, finalmente, procurar por um trabalho. Até aqui não uso a palavra ‘emprego’ e sim, ‘trabalho’, propositalmente. Sim, porque eu acreditava que, mesmo se conseguisse ‘trabalhar de graça’ inicialmente, poderia demonstrar meu valor e fatalmente passaria à etapa seguinte, seja qual fosse a empresa ou o trabalho.
Bem, como até a publicação do resultado do vestibular estávamos em janeiro de 1984, costumo afirmar que eu fui aprovado com 16 anos e iniciei o curso superior com 17, já que aniversario em fevereiro. Pois bem, as aulas tiveram início poucos dias após meu aniversário de 17 anos.
Deixei para ir à faculdade somente na 2ª semana de aulas, a fim de evitar os ‘trotes’, muito comuns e eventualmente violentos, à época. Como não estava a fim de servir de palhaço para ninguém, e sabendo que naqueles dias não haveria aula normal, deixei para ir às aulas a partir da 2ª semana.
Para minha surpresa, e para resumir o assunto, a UFC enfrentou naquele 1º semestre do ano de 1984 duas grandes greves, sendo a primeira de professores e servidores e a segunda de alunos. Eu jamais havia imaginado que pudesse haver uma greve de alunos. O fato é que meu primeiro semestre de aulas praticamente não ocorreu.
Daquele período em diante decidi que agarraria todas as oportunidades para adiantar ao máximo o curso. Mesmo ciente de que a partir daquele ponto eu já poderia procurar por estágios, eu já estava projetando uma segunda fase na qual, como graduado, poderia ocupar vagas em empresas como profissional ou mesmo vir a desenvolver meu próprio negócio.
Passei então a me matricular em todas as disciplinas que eram eventualmente ofertadas nos períodos de férias. Dessa forma consegui compensar parte do tempo perdido com as greves que ocorreram entre 1984 e 1988 na UFC.
Em 1984, um dos requisitos básicos para se pleitear emprego em qualquer função de escritório era ser detentor de ‘certificado de datilógrafo’. Hoje afirmamos isso rindo da situação. Mas, à época, era o básico. Algo equivalente a dominar rotinas de softwares do MS Office, tais como Word, Excel, Power Point etc.
O fato é que se alguém me dissesse que: ‘para arrumar um trabalho você tem que saber andar de cabeça para baixo’, eu iria me matricular imediatamente em um curso para aprender isso. Essa foi uma das características que mais fortemente me impactaram e que procuro desenvolver até hoje.
A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL ORIENTADA AO OBJETIVO PASSARIA A SER, PARA MIM,
DAQUELE ANO EM DIANTE, UMA DAS MINHAS MAIS FORTES CARACTERÍSTICAS.
Eu costumo sempre compartilhar com meus alunos que me apresento como um estudante em várias salas de aulas nas quais ministro cursos ou palestras. Isso porque não há um só ano de minha vida em que se verifique a ausência de participação em programas de desenvolvimento profissional, como cursos, seminários, palestras e congressos, por exemplo.
Assim, aos dezessete anos, matriculei-me no curso de datilografia mais próximo de minha residência, de modo que eu pudesse ir de bicicleta. Passei a adiantar – sempre que as freiras permitiam, já que o curso funcionava numa paróquia perto de casa – o máximo de lições. A partir da conclusão do curso, eu passei à fase da procura de trabalho.
Com o ‘diploma’ de datilografia agora incorporado à lista de certificados, passei à fase da garimpagem pelo primeiro estágio. Recebi o documento em 30 de agosto de 1984.
Como não tinha tido qualquer tipo de orientação adequada, a forma que utilizei para procurar emprego foi um tanto quanto ineficiente e ineficaz. Em vez de me dirigir ao setor de Recursos Humanos das empresas, por exemplo, adotei a tática de entrar em farmácias, supermercados, sapatarias, livrarias etc. e procurar pelo gerente.
A abordagem era sempre a mesma: ‘Bom dia, sou estudante de Ciências Contábeis. Aqui está meu currículo. Estou procurando estágio. Posso iniciar trabalhando até três meses de graça’.
Ao final do ano de 1984 nenhum êxito havia sido alcançado com o método escolhido. Percebi que talvez aquela não fosse a melhor abordagem. Como eu já havia cursado o primeiro semestre de um curso superior, inscrevi-me em uma agência de estágios. Fui informado que somente após o 4º ou 5º semestre é que poderia vir a ser selecionado, já que esse era o padrão mínimo exigido pelas empresas.
Aquela informação me deixou – a princípio – muito triste e preocupado. Pensei: ‘puxa, vou ter que esperar mais dois anos para me candidatar a um estágio?’. Procurei então compensar minha falta de ‘rodagem’ no curso superior com algum diferencial relevante. Minha avó materna sempre assinou jornal. E eu era leitor ávido, principalmente das páginas de ‘classificados’, na parte de empregos e estágios.
Aqui faço novamente uma pausa...
É bom explicar que minha ‘eterna curiosidade’ por assuntos diversos me trouxe uma série de vantagens. Por exemplo: como sempre lia jornal, acabei acumulando informações em um nível acima dos demais rapazes de minha idade que simplesmente ignoravam aquele tipo de leitura.
Além do jornal, eu devorava tudo que fosse escrito e passasse pelo meu campo de visão, como livros, revistas etc. E sempre desenvolvi uma admiração por filmes de documentários. Esse tipo de ‘parênteses’ é bastante importante para salientar que, por eu ter um nível de bagagem cultural acima da média, sempre que eu era entrevistado, invariavelmente saía-me melhor que os demais candidatos de minha idade. Mais adiante eu iria saber que essa era também uma das características apreciadas pelos recrutadores de Auditores.
Fechamos a pausa. Retomamos nosso relato...
Um certo dia li no jornal um anúncio de inscrições para o curso de ‘Programação de Computadores em Basic I’. Era o primeiro curso de computação que abria inscrições em todo o estado do Ceará. Decidi de pronto que teria que me matricular naquele curso. Como não tinha o valor da inscrição, achei melhor trocar meu futuro presente de aniversário pela matrícula naquele curso. Pedi dinheiro a todos os meus parentes.
Como fazia aniversário dali a alguns meses, pedi um ‘adiantamento do presente’ em dinheiro, para poder pagar a inscrição naquele curso. Os parentes a quem pedi dinheiro sequer sabiam o que era esse tal de ‘computador’.
Concluí mais esse programa de qualificação profissional e adicionei mais uma peça-chave ao meu portfólio de cursos, palestras e seminários. Mais que isso: eu era, aos 17 anos, uma das poucas pessoas – em todo o estado – a possuir algum tipo de certificação em um curso de informática.
Àquela altura eu já havia atualizado meu currículo com o status de estudante universitário. Acumulava os certificados de datilografia e programação em computadores. Tinha ainda o certificado de participação em um Seminário de Língua e Literatura Brasileira e outro de 2º colocado em um concurso de cartazes filatélicos.
Mesmo assim a oportunidade não havia chegado. Nada de desanimar! Eu estava aprendendo ali importantes lições de resiliência. Sabia que a preparação fazia parte da diversão (e eu estava me divertindo muito naquela época). Eu tinha também a plena convicção de que quanto mais preparado eu estivesse, mais chances eu teria de lograr êxito profissional.
Acionei a minha então rudimentar rede de networking que possuía à época e acabei sendo chamado para uma entrevista de estágio. O órgão demandante era uma grande instituição financeira. Tive um certo receio de ser lotado em uma agência para fazer pouco mais ou nada (como tirar cópias, por exemplo). Isso não significava que se fosse, recusaria. Negativo! Iria sim!
Mas eu tinha sede de aprender. Talvez nem tanto a mesma sede para ganhar dinheiro. Esse já era um traço marcante de minha personalidade. Para mim, mais importante que ganhar dinheiro – naquele momento – era qualificar-me profissionalmente. Isso porque eu sabia que, quanto melhor qualificado hoje, melhor remunerado seria amanhã.
Para minha surpresa fui selecionado – em maio de 1985 – para estagiar no núcleo de Contabilidade daquela instituição financeira. Seria estagiário encarregado de auxiliar conciliações e elaboração de partidas contábeis do núcleo de financiamento habitacional da instituição.
O êxito de minha escolha se deu também por conta de que eu era um dos poucos candidatos a ter os dois turnos (manhã e tarde) livres. Eu já havia realizado uma importante mudança em meu curso superior, que foi a matrícula em todas as disciplinas no turno da noite. Dessa forma, liberei o horário comercial para que não houvesse choque com uma eventual oferta de emprego ou estágio.
Some-se – principalmente – a essa disponibilidade de tempo o fato de que eu era o único candidato a possuir qualquer tipo de conhecimento (comprovado em certificado) de programação em computadores. Observe que o ano era 1985 e inexistia – principalmente no nordeste brasileiro – computadores pessoais.
Como o trabalho envolvia leitura de relatórios impressos em computadores e inclusão de partidas contábeis no sistema informatizado do banco, embora não tivéssemos contato direto, os recrutadores provavelmente viram em minhas qualificações uma maior compatibilidade com a tarefa. Ou, no mínimo, me acharam mais qualificado que os demais, mesmo que com apenas um semestre de faculdade efetivamente concluído.
Foram seis meses de aprendizado em diversos sentidos: networking; comportamento no trabalho; disciplina; apresentação e marketing pessoal; observância dos horários e regulamentos da empresa etc. Em novembro de 1985 concluí o estágio com um sentimento de realização. Agora era buscar a próxima oportunidade!
Enquanto a próxima oportunidade de estágio não aparecia, não poderia desperdiçar tempo. Fiquei sabendo que o SERPRO – Serviço Federal de Processamento de Dados – ofereceria gratuitamente um curso para digitadores. Duas das palavras que eu mais apreciava estavam juntas naquela frase: ‘curso’ e ‘gratuito’.
Como a unidade do SERPRO ficava a algumas quadras de casa, peguei a bicicleta e fui até lá me inscrever. O objetivo daquele órgão era – na verdade – prospectar futuros digitadores para a realização de uma tarefa que demandava esforço extra, e que não poderia ser executada pelos servidores já ocupados com as atividades em desenvolvimento.
Concluí o curso de digitação no SERPRO no dia 04 de abril de 1986 e recebi o certificado correspondente. Para minha decepção, não fui ‘aproveitado/contratado’ como ‘digitador’ porque a quantidade de toques (teclas digitadas) que eu consegui atingir ficou abaixo do padrão que eles requeriam para a tarefa. Eu não sabia ainda, mas ali estava uma situação que eu havia considerado desfavorável, mas que me credenciaria a muitas outras oportunidades melhores, logo, logo.
Uma semana após concluir aquele curso, li nos classificados do jornal sobre uma vaga para faturista em uma companhia petrolífera multinacional. Eu sabia o que era uma fatura porque já havia estudado um pouco sobre ‘Direito Comercial’, na faculdade. Mas jamais havia emitido uma.
Compareci ao terminal da empresa e participei da seleção. Comigo estavam cerca de cinquenta faturistas bastante experientes. Apesar de minha pouca idade (19 anos) e de zero experiência em faturamento, fui selecionado.
O motivo? A Cia petrolífera estava implementando seu primeiro sistema ‘informatizado’ de emissão de nota fiscal fatura. E qual era o único candidato que tinha dois cursos relacionados a computadores? Eu! Sim, eu exibia no meu currículo agora os certificados de programação em Basic I e o de Digitadores HP emitido pelo SERPRO, que é a empresa federal de processamento de dados referência no Brasil.
Fui contratado em 23 de abril de 1986, cerca de duas semanas após concluir o curso no SERPRO. A companhia petrolífera estava recrutando um empregado, mas, como viram que eu era estudante universitário, aproveitaram para me contratar como estagiário, provavelmente para economizar com encargos trabalhistas. Se eu fiquei revoltado com isso? Não mesmo!
Eu havia desenvolvido um senso de gratidão por todas as experiências que estava vivendo. E, mesmo tendo sido contratado como estagiário, foi mais uma importante experiência (dessa vez em uma multinacional) que me credenciaria para uma próxima oportunidade de trabalho, mais à frente.
Após cumprir seis meses de estágio, uma nova oportunidade se apresentaria naquela mesma companhia multinacional do ramo petrolífero. Acenaram com a contratação como empregado. Deixaria de ser estagiário e passaria a um novo status de empregabilidade. Meu salário seria aumentado drasticamente. Contudo, avaliei que aquele não era meu foco de atuação.
Percebia que o melhor seria atuar mais próximo de atividades relacionadas especificamente com contabilidade, pois eu já gerenciava minha futura carreira orientada ao objetivo de fortalecer minha expertise profissional. Então passaria a priorizar as oportunidades vinculadas ao desenvolvimento profissional na área Contábil.
EU JÁ VINHA DESENVOLVENDO UM FORTE SENSO DE ORIENTAÇÃO DE MEUS ESFORÇOS AO OBJETIVO
TRAÇADO E NÃO ME DESVIARIA DAQUILO, MESMO QUE ‘OPORTUNIDADES DE OURO’ APARECESSEM.
Muitos jovens profissionais fazem escolhas orientadas pela remuneração, quando deveriam fazê-las orientadas à formação profissional. Se você ainda é jovem, deve orientar suas decisões relacionadas à ocupação profissional, na direção do objetivo traçado. Se você não traçou o objetivo, aí fica complicado. Você dispersará energia indo de um canto a outro, sem avançar, simplesmente porque não sabe aonde ir.
Certamente você conhece profissionais que dizem: “eu trabalho tanto, mas não consigo evoluir em termos de remuneração e ocupação”. Pergunte a um desses colegas se ele tem um objetivo traçado. Pergunte onde ele se vê trabalhando (profissão, empresa, cargo, cidade, país etc.) daqui a 5, 10, 15 anos... Se as respostas forem: ‘não sei’, eis aí a explicação.
Todos nós temos que trabalhar tendo um objetivo bem traçado. Falarei mais sobre isso mais à frente. Mas, se você não sabe para onde quer ir, dificilmente chegará ‘lá’, não é mesmo?
Vamos voltar ao dia em que recusei ser contratado pela companhia petrolífera... A notícia em casa repercutiu como uma bomba: ‘meu filho, como você vai desperdiçar uma oportunidade de ter carteira assinada’? Por mais que eu explicasse, minha mãe e outros parentes não entendiam minha estratégia.
Eu estava agora com 19 anos, mas já havia definido que construiría minha carreira agregando expertises dentro do conjunto de atividades que a Contabilidade alcançava. Pensava em experimentar desde a mais básica atividade até alcançar o topo da carreira, atuando como Auditor.
Eu sabia que, embora pudesse ‘pegar atalhos’ e eventualmente construir uma expertise em Auditoria Contábil sem ter sido – necessariamente – um executor, o ideal seria passar por tais atividades e colocar a mão na massa para obter sólidos conhecimentos. Afinal, pensava que, para verificar (auditar), deveria saber como são feitos (executar) cada um dos procedimentos contábeis.
E foi exatamente por isso que agradeci (muito) aos meus chefes a oferta de um emprego como faturista, com o salário a ser dobrado e com carteira assinada, mais benefícios. Agradeci também a oportunidade que me deram de conviver e aprender com cada um deles durante aqueles seis meses de crescimento pessoal e profissional.
Como posso resumir, em poucas palavras, o que eu havia – nesse período de minha vida – acumulado em conhecimento e experiência? Penso que essas sete características foram os principais ganhos que obtive nessa fase de minha vida e que de certa forma orientam meus passos até hoje:
1.: Busca contínua por novas oportunidades de qualificação profissional;
2.: Escolhas de qualificação profissional orientadas ao objetivo definido;
3.: A evolução profissional orienta minha permanência em atividades e organizações;
4.: Construção contínua de diferenciais profissionais como estratégia de desenvolvimento;
5.: A resiliência deve ser uma atitude pessoal e profissional;
6.: Otimização do uso do tempo, orientado ao objetivo definido;
7.: Avaliar situações inicialmente vistas como desfavoráveis, como aprendizado;
MENSAGEM DO CAPÍTULO:
A diferenciação profissional é uma das chaves que sempre levarão você a uma posição de destaque no mercado em que você atua.
Esse conjunto de elementos que o distinguem dos demais será sempre o que os seus parceiros ou recrutadores verão ao selecionar você para novas posições ou para a gestão de novos projetos.
Como todas as conquistas profissionais, construir uma reputação que irradie isso para a indústria* na qual trabalha, leva tempo. Esse ativo deve ser também objeto de contínua lapidação.
Tenha em mente que – hoje ainda mais que ontem – com as redes sociais e profissionais, você está sempre mais exposto, do ponto de vista pessoal e profissional. A partir dessa certeza, zele para que o que você faz, fala, escreve e posta, sejam como uma chancela de sua reputação, conforme você decidiu posicionar.
Aproveitando para falar sobre posicionamento, é por demais oportuno indicar aqui que você tem que pensar sobre isso: Como você se posiciona profissionalmente? Ou seja, quando as pessoas lembram de você, que imagem lhes vem à mente? Certamente farão uma associação bem próxima ao que você valoriza; como você se comporta em ambientes sociais e profissionais; que resultados entrega em seu trabalho; como reage em uma discussão mais acalorada... Enfim, tudo isso conta.
Você talvez esteja agora se sentindo em apuros, avaliando o conjunto de seus atos praticados nos últimos anos, pensando que talvez não sejam lá algo que abone seu posicionamento pessoal e profissional como exemplares.
Ou talvez o seu julgamento seja tão parcial que você se avalie como uma das sete maravilhas do mundo corporativo. Uma das maneiras de saber qual é o seu posicionamento é – talvez – perguntar a várias pessoas próximas, pedindo que elas sejam o mais sinceras possível.
Eventualmente você percebe que o seu posicionamento merece algum tipo de reparo ou repaginada. Se esse é o seu caso, tenho uma boa notícia para você: Isso é perfeitamente possível. Algumas pessoas são capazes de se reinventarem enquanto outras necessitam de uma dose de ajuda profissional.
Seja qual for o seu posicionamento, faça uma pausa para alinhar esse ativo com o conjunto de seus objetivos profissionais. Para o seu bem, a memória dos seus colegas é curta e com um reposicionamento bem articulado você logo terá uma nova imagem junto às suas mentes.
Entenda, contudo, que essa sua nova imagem deve ser objeto de cuidado permanente. Uma vez reposicionado, você terá uma nova imagem pela qual terá que zelar. A partir daí, cuide de sua aparência, revise o teor de suas postagens e postura em debates. Afaste-se de discussões de âmbito político-partidário, que são completamente improdutivas. Trabalhe seu corpo e sua mente para alinhar sua nova imagem ao seu novo posici0namento.
Muitos profissionais ignoram essas dicas e é por isso mesmo que há milhares altamente competentes no campo profissional, completamente fracassados na missão de construir uma carreira que os leve ao objetivo traçado.
A diferenciação profissional não é, como creio ter deixado claro, um conjunto de aparências superficiais. É necessário que seus conhecimentos sejam sólidos, mas igualmente importante é a sua capacidade de transbordar esses ativos em tudo o que faz.
Prof. Dr. Juracy Soares
Esta é a 2ª versão do meu livro Enriqueça Dormindo. Decidi quebrar uma tarefa grande (escrever ou revisar um livro) em várias tarefas pequenas, publicando um artigo (capítulo) por semana. Sou professor fundador da Unieducar, fundador e Editor Chefe da Revista Científica Semana Acadêmica. Sou graduado em Direito e Contábeis; Especialista em Auditoria, Mestre em Controladoria e Doutor em Direito; Possuo Certificação em Docência do Ensino Superior; Sou pesquisador em EaD/E-Learning. Autor desse livro que compartilho em forma de artigos, gratuitamente na Internet.