Publicado em: sex, 18/04/2025 - 08:30
Uma decisão inédita do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em março de 2025 está sendo considerada um divisor de águas para o mercado de capitais brasileiro. Pela primeira vez, uma empresa de auditoria independente foi condenada a indenizar um investidor por prejuízos causados por parecer técnico equivocado.
A condenada foi a KPMG, uma das maiores firmas globais de auditoria, que deverá pagar mais de R$ 10 milhões a uma holding familiar do setor agropecuário. O motivo? A emissão de um parecer de auditoria sem ressalvas, atestando a saúde financeira do Banco BVA, instituição que quebrou pouco tempo depois, em 2014.
Essa decisão cria um precedente judicial importantíssimo. Agora, investidores que se sentirem prejudicados por pareceres de auditoria que não refletiam a real situação das empresas podem ancorar suas ações judiciais nessa jurisprudência.
O que aconteceu no caso?
A holding investiu R$ 3,5 milhões em CDBs do Banco BVA, confiando no parecer emitido pela KPMG, que atestava a regularidade das demonstrações financeiras da instituição. Com a falência do banco, o investimento praticamente se perdeu.
O STJ foi categórico: há responsabilidade da empresa de auditoria por negligência e imperícia. E mais — se a crise financeira do banco era de conhecimento do mercado ou deveria ser percebida pelos auditores, por que o parecer não indicava nenhuma irregularidade?
Essa pergunta foi feita diretamente no voto do ministro Villas Bôas Cueva, que acompanhou a relatora Nancy Andrighi, mantendo a condenação decidida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
E o que isso tem a ver com você, investidor?
Se você investe em ações, fundos ou renda fixa, precisa entender que auditores, corretoras e agências de classificação de risco desempenham papel fundamental na sua tomada de decisão.
A mesma lógica dessa decisão pode ser aplicada, por exemplo, a outros escândalos — como o caso Americanas, onde a própria KPMG também emitiu pareceres sem ressalvas nos anos em que a fraude contábil ocorria.
Essa jurisprudência abre portas para responsabilizar não só empresas de auditoria, mas possivelmente:
- Corretoras de valores, que recomendam produtos de investimento com base em análises questionáveis ou sem a devida diligência;
- Agências de rating, que atribuem notas elevadas a companhias que, na prática, apresentam sérios problemas financeiros.
Um alerta para o investidor moderno
O caso da KPMG serve como alerta para quem segue “na onda” de grandes campanhas publicitárias de corretoras de luxo, que prometem retornos impressionantes, mas frequentemente entregam resultados que nem sequer superam a inflação.
É essencial que o investidor desenvolva pensamento crítico, capacidade de análise e conhecimento técnico para avaliar onde e como aplicar seus recursos. Em muitos casos, a busca por “status” ou marcas conhecidas no mercado financeiro acaba custando caro.
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- Como analisar fundamentos das empresas listadas na bolsa;
- Como identificar riscos e oportunidades;
- Quais são os papéis das auditorias, agências de rating e corretoras;
- E como proteger seu patrimônio diante de práticas enganosas no mercado.
Conclusão
A decisão do STJ representa uma vitória histórica para a proteção do investidor brasileiro. Ela deixa claro que quem emite informações técnicas para o mercado deve responder por suas consequências — e que os investidores têm, sim, meios legais para buscar reparação quando são lesados. Quer investir melhor, com mais segurança e informação? Acesse agora o curso Investimento em Bolsa de Valores da Unieducar e fortaleça sua jornada no mercado financeiro com conhecimento prático e atualizado.
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